Conforme eu já havia anunciado em post anterior, hoje começo a disponibilizar pequenos trechos do meu livro "Bisturi - O limite de um psicopata", para quem gosta de uma boa leitura, ok?
CAPÍTULO I
“Nem todo dinheiro do mundo iria fazer-lhe mudar de idéia. Estava num êxtase quase que divino. Tudo estava correndo perfeitamente como planejado. Nada poderia dar errado, e não daria. A menos que...”
***
CAPÍTULO I
“Nem todo dinheiro do mundo iria fazer-lhe mudar de idéia. Estava num êxtase quase que divino. Tudo estava correndo perfeitamente como planejado. Nada poderia dar errado, e não daria. A menos que...”
***
Era um dia de início do outono. Uma terça-feira.
Dia que começou com um denso nevoeiro, encobrindo as copas das árvores e os telhados das casas. Não fazia muito frio, mas ele teve que vestir um casaco para se proteger da temperatura de 16ºC que fazia logo ao amanhecer. Para os padrões tropicais, isso era de certa forma um “frio exagerado”.
Abriu a porta do minúsculo cubículo onde se escondera nos últimos meses, olhou para fora e sentiu vontade de voltar para a cama.
“Não posso”, ele pensou. “Tenho de continuar o que comecei...” – de repente, um calafrio percorreu-lhe o corpo.
“É o frio”, pensou.
Dirigiu-se ao fogão e tirou do fogo a água do café. Despejou a água no coador. Minutos depois tomou o café fumegante, reconfortando seu corpo e sua alma naquela manhã cinzenta.
Ele tinha uma missão a cumprir. E a cumpriria, nem que fosse preciso custar-lhe a vida.
No entanto, começou a pensar o porquê de tudo aquilo.
A vida lhe dera oportunidades, mas não soube aproveitá-las no momento certo, embora ele soubesse que jamais conseguiria, por mais que se esforçasse... Suas idéias e seus princípios lhe custaram uma carreira promissora... Mas seus princípios eram mais fortes que sua própria vida...
Não havia alternativa, a não ser continuar o que já estava em andamento...
E que logo tudo chegaria ao fim.
E tudo mudaria para melhor, definitivamente...
***
O nevoeiro entediava o Diretor do Departamento de Polícia da Capital, o delegado Gilmar Marcondes. Aquilo era um suplício para ele. Justo ele, que amava o sol, as praias e as garotas que desfilavam pelas areias de Copacabana.
Gilmar Marcondes era divorciado há mais de cinco anos, e desde então nunca mais manteve um relacionamento sério. “Eu aproveito a vida que desperdicei durante 22 anos!”, dizia com extrema jovialidade, embora já tivesse passado dos cinqüenta anos de idade. Seu passado era um tanto quanto obscuro, mas diziam as más línguas que sua ex-mulher o havia traído, devido à “falta de assistência” por parte dele. Mas nada disso o impedia de procurar um “rabo de saia” fresquinho sempre que pudesse. Ainda mais que não possuía filhos para dar satisfações. No entanto, o trabalho sempre vinha em primeiro lugar, mesmo porque era o braço direito do Secretário de Segurança Pública, e da Polícia conseguira seu sustento durante praticamente toda sua vida.
Estava olhando o céu nublado com o semblante triste. De repente virou-se a passou a encarar o homem à sua mesa.
— Isso é coisa do Bush! – comentou com o investigador.
— Ô, doutor! Não exagera! – o chefe de investigação Alberto Torres tentou amenizar a ira do diretor.
— Entenda uma coisa, meu caro – ele pausou a fala, virou-se para a janela novamente, olhou o céu encoberto pela névoa, e disse num suspiro – Eu sou um delegado, mas não sou morto, e você sabe muito bem disso. Como é que eu posso viver num tempo desses? Isso só pode ser sabotagem! E o Bush quer que nossas praias fiquem desertas, para então tomar posse de todo nosso território, será que você não entende?
— Certo, doutor, o senhor tem razão. – o investigador concordou, a fim de não continuar com aquela conversa mirabolante e inútil – Mas vamos voltar ao relatório...
— Ah, sim. Quais as novas?
— As coisas estão ficando muito complicadas...
— Como assim, Alberto?
— Pois é, Gilmar. Até agora, não temos nada de concreto que possa elucidar os casos.
O Diretor Gilmar deu um murro na mesa, espalhando papéis por todos os lados.
— Como? Vocês são pagos pelo governo para elucidarem crimes, então tratem de se mexer! Não vou tolerar mais nenhuma desculpa de seu grupo, Alberto! Você é o responsável!
— Tudo bem, doutor... – ele fez uma pausa. – Vou mandar meus subordinados a campo para conseguir o quê for possível...
— E o impossível, Alberto! O impossível! – ele esbravejou.
— Com licença, doutor. – Alberto girou nos calcanhares e desapareceu da sala do delegado.
“Ah... esses investigadores de hoje...” – pensou ele, olhando pela janela de seu gabinete e suspirando por não poder ver o sol e as garotas de Copacabana.
Dia que começou com um denso nevoeiro, encobrindo as copas das árvores e os telhados das casas. Não fazia muito frio, mas ele teve que vestir um casaco para se proteger da temperatura de 16ºC que fazia logo ao amanhecer. Para os padrões tropicais, isso era de certa forma um “frio exagerado”.
Abriu a porta do minúsculo cubículo onde se escondera nos últimos meses, olhou para fora e sentiu vontade de voltar para a cama.
“Não posso”, ele pensou. “Tenho de continuar o que comecei...” – de repente, um calafrio percorreu-lhe o corpo.
“É o frio”, pensou.
Dirigiu-se ao fogão e tirou do fogo a água do café. Despejou a água no coador. Minutos depois tomou o café fumegante, reconfortando seu corpo e sua alma naquela manhã cinzenta.
Ele tinha uma missão a cumprir. E a cumpriria, nem que fosse preciso custar-lhe a vida.
No entanto, começou a pensar o porquê de tudo aquilo.
A vida lhe dera oportunidades, mas não soube aproveitá-las no momento certo, embora ele soubesse que jamais conseguiria, por mais que se esforçasse... Suas idéias e seus princípios lhe custaram uma carreira promissora... Mas seus princípios eram mais fortes que sua própria vida...
Não havia alternativa, a não ser continuar o que já estava em andamento...
E que logo tudo chegaria ao fim.
E tudo mudaria para melhor, definitivamente...
***
O nevoeiro entediava o Diretor do Departamento de Polícia da Capital, o delegado Gilmar Marcondes. Aquilo era um suplício para ele. Justo ele, que amava o sol, as praias e as garotas que desfilavam pelas areias de Copacabana.
Gilmar Marcondes era divorciado há mais de cinco anos, e desde então nunca mais manteve um relacionamento sério. “Eu aproveito a vida que desperdicei durante 22 anos!”, dizia com extrema jovialidade, embora já tivesse passado dos cinqüenta anos de idade. Seu passado era um tanto quanto obscuro, mas diziam as más línguas que sua ex-mulher o havia traído, devido à “falta de assistência” por parte dele. Mas nada disso o impedia de procurar um “rabo de saia” fresquinho sempre que pudesse. Ainda mais que não possuía filhos para dar satisfações. No entanto, o trabalho sempre vinha em primeiro lugar, mesmo porque era o braço direito do Secretário de Segurança Pública, e da Polícia conseguira seu sustento durante praticamente toda sua vida.
Estava olhando o céu nublado com o semblante triste. De repente virou-se a passou a encarar o homem à sua mesa.
— Isso é coisa do Bush! – comentou com o investigador.
— Ô, doutor! Não exagera! – o chefe de investigação Alberto Torres tentou amenizar a ira do diretor.
— Entenda uma coisa, meu caro – ele pausou a fala, virou-se para a janela novamente, olhou o céu encoberto pela névoa, e disse num suspiro – Eu sou um delegado, mas não sou morto, e você sabe muito bem disso. Como é que eu posso viver num tempo desses? Isso só pode ser sabotagem! E o Bush quer que nossas praias fiquem desertas, para então tomar posse de todo nosso território, será que você não entende?
— Certo, doutor, o senhor tem razão. – o investigador concordou, a fim de não continuar com aquela conversa mirabolante e inútil – Mas vamos voltar ao relatório...
— Ah, sim. Quais as novas?
— As coisas estão ficando muito complicadas...
— Como assim, Alberto?
— Pois é, Gilmar. Até agora, não temos nada de concreto que possa elucidar os casos.
O Diretor Gilmar deu um murro na mesa, espalhando papéis por todos os lados.
— Como? Vocês são pagos pelo governo para elucidarem crimes, então tratem de se mexer! Não vou tolerar mais nenhuma desculpa de seu grupo, Alberto! Você é o responsável!
— Tudo bem, doutor... – ele fez uma pausa. – Vou mandar meus subordinados a campo para conseguir o quê for possível...
— E o impossível, Alberto! O impossível! – ele esbravejou.
— Com licença, doutor. – Alberto girou nos calcanhares e desapareceu da sala do delegado.
“Ah... esses investigadores de hoje...” – pensou ele, olhando pela janela de seu gabinete e suspirando por não poder ver o sol e as garotas de Copacabana.
Semana que vem tem mais, certo?
P.S.: Quem quiser o livro completo no formato digital, envie um email para jrnascimento71@hotmail.com. Espero que gostem de minha primeira obra.
Em breve finalizarei outras três obras, e espero que Deus me encaminhe nessa trilha da literatura...
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