A "teoria da conspiração"
Para aplacar a curiosidade de muitos blogueiros e para explicar, de uma vez por todas, porque tenho dito que não deixarão o Brasil ser hexacampeão -- sem prejuízo da simples constatação de que com o futebol que a Seleção está jogando nem mesmo merece o título.
Que fique claro, portanto, que não é uma desculpa antecipada para eventual derrota, até porque não estou nem nunca estive entre aqueles que imaginam que roubaram o Brasil na final de 1998.
A Seleção perdeu ali porque a França jogou muito melhor e se o time brasileiro estava traumatizado -- e estava -- a culpa foi de quem pôs Ronaldo para jogar sem condições.
O próprio Zagallo, por sinal, ontem, em entrevista à ESPN-Brasil, disse que Ronaldo não estava bom naquele dia e que Zidane estava, mas que, agora, será diferente porque ambos estão bem e o brasileiro é mais decisivo, mais goleador.
Mas vamos à "teoria da conspiração".
Quem cria tais teorias é maluco e eu não ainda não fiquei doido.
Durante anos ouvi que eu via corrupção em tudo e que exagerava na dose.
Até que vieram as CPIs da CBF/Nike e do Futebol e a opinião pública pôde constatar que a coisa era muito pior do que eu revelava.
Em nenhum momento eu disse ou escrevi que a Copa de 2006 está vendida.
Disse, escrevi e reitero que tenho bons motivos, e informações, de que a Fifa não quer o hexa.
Não quer para não fortalecer Ricardo Teixeira que aspira o posto de Josep Blatter nas eleições de 2007.
Blatter se sente traído pelo cartola brasileiro e por isso até já começou a falar que há outros candidatos para sediar a Copa de 2014 -- Copa que era dada como favas contadas de que seria no Brasil.
Quem viu o sorteio da Copa de 2006 há de ter percebido que Blatter e Teixeira mal se cumprimentaram quando dividiram o mesmo palco.
E Blatter não poupou, recentemente, Teixeira em conversa, em off, com pelo menos um jornalista estrangeiro.
Mas há mais: a Fifa teme que o hexa se converta em octa, caso a Copa seja mesmo no Brasil, pois não passa pela cabeça de ninguém que se perca outra Copa em casa.
O hepta viria na África do Sul, porque o Brasil ganhou suas cinco Copas anteriores em países que não tinham tradição no futebol - Suécia, que até tinha um pouco, em 1958; Chile, em 1962; México, em 1970; Estados Unidos, em 1994 e Japão/Coréia do Sul, em 2002.
Na Inglaterra, em 1966, na Alemanha, em 1974, na Argentina, em 1978, na Itália, em 1990 e na França, em 1998, não ganhou.
Como não ganhou, é verdade, em outras ocasiões semelhantes à Copa na África do Sul.
E o octacampeonato seria ruim para o negócio das Copas, que perigam ficar monótonas.
É claro que o perigo começa agora, nas quartas-de-final, semifinais e final, porque antes disso também não interessava à Fifa ver um campeão cair -- e não caiu nenhum.
Mesmo assim, tenho dito e escrito, que se a Seleção jogar o que sabe pode frustrar a Fifa, ao ganhar de seus adversários e das arbitragens.
Mas que, DIFERENTEMENTE, do que tem sido tradicional, desta vez, daqui para frente, em dúvida, os árbitros apitarão contra o Brasil.
Não aceito, apenas, que, como fez o próprio Ricardo Teixeira, se diga que não existe mais manipulação no futebol, que isso é coisa do passado, folclórica, história de boitatá.
Porque houve escândalo de arbitragem nos últimos três anos simplesmente nas três maiores potências do futebol mundial -- na Alemanha, em 2004. no Brasil, em 2005 e na Itália, neste ano, seja por causa de apostas, seja para fazer um time campeão.
E se existe manipulação no futebol, por que a Copa do Mundo, seu maior evento, estaria fora de risco?
Isso sim é conversa para boi dormir.
P.S: "Não sei, não...."
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